O site de notícias Wizard Universe (portal americano que traz informações sobre histórias em quadrinhos e adaptações) divulgou recentemente uma entrevista com o renomado ator e interprete de Harry Potter nas telonas de cinema, Daniel Radcliffe.
Na entrevista ping-pong em questão, Radcliffe fala sobre a “paranóia” presente no sexto filme da saga (Harry Potter e o Enigma do Príncipe), em que Harry concentra todas as suas atenções nos movimentos de Draco Malfoy. Além disso, Daniel fala a respeito de sua relação com Michael Gambon (que interpreta Alvo Dumbledore) e com Tom Felton (que dá vida ao personagem Draco Malfoy).
Mais para a frente, a Wizard Universe irá divulgar entrevistas com Emma Watson e Rupert Grint também.
Entrevista de Daniel Radcliffe concedida à Wizard Universe
Tradução por Verônica Petrelli
Wizard: Para você, qual é o ponto central de “Enigma do Príncipe”? Qual é o cerne da história?
Radcliffe: Paranóia. Há uma cena muito forte no filme que nada mais é do que Harry aumentando a sua paranóia pelo fato de Draco Malfoy estar se tornando um membro dos Comensais da Morte. Há também a questão da morte. Nós estamos ainda mais perto dela nesse filme, pois Dumbledore está morrendo e sabe que precisa morrer. E a imagem desse velho homem sabendo tudo de uma triste verdade… Mas ele segue em frente, mesmo assim. Ele não desiste e luta arduamente até o último minuto.
Wizard: Você já mencionou anteriormente que Michael Gambon fez um ótimo trabalho tentando fazer você rir. Já teve algum momento ou alguma cena em que ele teve um ataque de nervos? E também, quando Michael descobriu que Dumbledore é gay, isso impulsionou as suas palhaçadas?
Radcliffe: Sim, impulsionou sim. Michael, interpretando Dumbledore, tem uma barba, e ele tem uma barba protetora acima de sua cabeça que impede ele de ter comida presa nela. Isso ele faz todos os dias. Mas eles fizeram a ele uma barba nova, que era rosa, e ele vestiu com orgulho e andou pelo set. Ele é fantasticamente engraçado e ri a toda hora. Uma coisa adorável é que, assim que eles dizem a palavra “Ação!”, ele é muito brilhante. É um tanto quanto assustador, na verdade, o quão bom ele é.
Wizard: Este filme tem uma mistura de aventura e de alguns momentos íntimos. Quais foram suas cenas favoritas de fazer? Você gosta das cenas de ação ou das mais calmas?
Radcliffe: Eu acho que eu gosto das cenas mais calmas. Há muita ação, mas as mais calmas vão, geralmente, falando, mostrando onde a emoção está. Não estou dizendo que não há emocionantes sequências de ação, mas quando há somente duas pessoas sentadas falando, os assuntos têm muito mais emoção. Minha cena predileta no filme é, na verdade, uma em que eu não estou - o que não é uma surpresa, porque eu odeio me assistir -, é com o Rupert (Rony) no treino de Quadribol, é uma diversão genuína de altas risadas, e eu não rio tão alto com facilidade.
Wizard: Durante o início das séries, você teve a consistência de Chris Columbus dirigindo o primeiro e o segundo filme, mas depois novas pessoas vieram para o quarto, o quinto e o sexto. Qual é a diferença de trabalhar com um novo diretor em cada filme e trabalhar com o diretor de “Enigma do Príncipe”, David Yates, que vai estar nos últimos quatro filmes?
Radcliffe: Quando uma nova pessoa vem, você fica alerta. Eu acho que nos primeiros anos era importante que nós não ficássemos complacentes, e eu acho que ter diferentes diretores ajudou nesse quesito. Mas a boa parte da consistência de usar alguém como David - e David está em seu terceiro agora, ele está fazendo esse que estamos filmando no momento - é que nós conhecemos um ao outro muito bem, profissionalmente. Nós sabemos como um quer que o outro faça as coisas, e nós somos muito bons em comunicarmos o que queremos ao outro. E nós sempre estivemos com o David - e para estender aos outros diretores também, porque nós sempre fomos muito comunicativos -, mas com o David às vezes nada precisa ser dito. Eu vou chegar ao final da tomada e dizer “Oh, desculpa, isso foi uma porcaria e vamos tentar de novo” imediatamente, porque eu sei que o que eu fiz não era aquilo que o David estava esperando.
Wizard: No futuro, quando você olhar para trás e ver a montagem dos seis filmes, o que você acha que vai ficar na sua mente sobre as filmagens?
Radcliffe: Michael Gambom, quando estávamos fazendo todas essas sequências juntos, poderia vir com abreviações das tomadas. Nenhuma delas eu posso repetir porque elas são todas um tanto quanto ofensivas, mas elas são muito, muito engraçadas. Algumas delas pararam o set de Harry Potter. Uma das sequências, nesse último filme, foi com o Tom Felton como “Malfoy” no banheiro. Eu e o Tom sempre gostamos muito um do outro, mas nós começamos a nos dar muito, muito bem no último filme, então essa vai ser uma das minhas grandes memórias.
Wizard: Quais são os seus planos ou expectativas para o futuro depois de você terminar Harry Potter?
Radcliffe: Se tudo correr bem, eu somente vou continuar atuando. Estou agora em uma posição muito afortunada onde eu, na verdade, não tenho que fazer nada. Obviamente que esses filmes, financeiramente, foram muito, muito bons para mim. E o contentamento que vem com isso é uma incrível liberdade de ser seletivo em termos do que fazer, e não ser obrigado a fazer algo só por causa do dinheiro. Se você tem a liberdade de poder ser seletivo em seus projetos, você também tem a responsabilidade de ser seletivo.